O planejamento e o registro reflexivo nos fazem pensar mais sobre os detalhes, nos favorece de modo em que tudo o que pensamos possa de alguma forma vir parar aqui (no diário do professor, no livro da criança, nesse blog!), sendo vivido também por quem lê. Explico: Num planejamento enxuto, tabelado, burocrático, como apareceria o "tapetinho da vovó"? Como daríamos a ele a devida importância? Não inserimos o tapete como uma "atividade", mas como uma ação/intervenção, e isso foi tão importante que sua observação faz-se imensamente necessária! Tanto para escrever sobre isso, pensamentos voam longe.... Mas vamos para o tapete! rsrsrsrsrsr
Ele foi feito pela minha avó, que se ofereceu para fazer quando me escutou falar de como a sala estava fria, daí ela me contou que já tinha feito uns tapetes para a escola perto de onde morava há alguns anos atrás... Eu trago muitas lembranças da minha infância com esse tipo de tapete (lembro de ajudar a fazê-lo, lembro de brincar com bonecas em cima dele, de tentar fazer sequência de cores, etc.).
Não achei que o tapete despertaria tanto nas crianças, a primeira reação deles foi se jogar em cima, deitar, rolar, depois com o tempo foms percebendo os movimentos: uma das crianças escondia carrinhos nos fios de tecido, outra se deitava e alisava os retalhos (imagina que sensação gostosa!), muitos buscavam pelo tapete para as brincadeiras mais solitárias, enfim...
Para nós educadoras/observadoras/experimentadoras o tapete é:
*um recanto/espaço
*importante herança cultural
*espaço de sensações
*ponto de encontro
*local de convites ("deita aqui no tapetinho")
P.S.:
1) Das últimas notícias sobre o tapete:quando saí da Emei Raio de Sol, fui "obrigada" pelas colegas Luísa e Carla, à deixá-lo como herança... Será que ainda existe?
2) Tenho que fazer mais tapetes com a minha avó, passar mais tempo com ela e oferecer a "sensações do tapetinho" para mais crianças...
Tempo bom, valeu a pena registrar!!!!