segunda-feira, 30 de junho de 2008

CINTURÃO SONORO



Bebês que ainda não sentam, brincando no "cinturão sonoro", trabalhando assim o movimentos dos braços, a percepção visual, tátil e auditiva. Além de servir como auxilio na fase oral (descobrem tudo pela boca!).
O brinquedo consiste num cordão (com um pouco de elasticidade), com vários brinquedos amarrados (chocalhos, ursinhos, mordedores, molas-malucas). O mais importante é que os brinquedos devem ficar numa altura em que as crianças consigam pegar.

0 QUE TEMOS NAS PAREDES?


Nas paredes, bebês de feltro ajudam na fase de auto-descobrimento e de pertencimento identidário, ajudando o bebê a se reconhecer enquanto "eu".
Quando se pensa em decorar um ambiente como o do Berçário devemos levar em conta o que realmente é significativo para os bebês (já paramos para pensar que os bebês não conhecem o Mickey, a Mônica e nem o ursinho Puff??)
Oliveira (2002, p. 193) fala que o ambiente "funciona como recurso de desenvolvimento e, para isso, ele deve ser planejado pelo educador, parceiro privilegiado de que a criança dispõe."
Planejamos assim, um ambiente mais significativo para nossos bebês...


OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.

domingo, 29 de junho de 2008

QUALIFICANDO O AMBIENTE DO BERÇÁRIO

Quando pensamos em qualificar o ambiente de uma sala de aula, devemos pensar em três coisas:

*O que há nas paredes?
*O que há no chão?
*O que há no teto?

Justifico essa preocupação nas salas de berçário, porque nossa faixa etária (0 à 2 anos) atende crianças que ainda não sentam, crianças que sentam, crianças que engatinham e aqueles que já estão dando os primeiros passinhos. Então vamos fazer do nosso ambiente um aliado nas brincadeiras e descobertas dos nossos bebês, proporcionando um brincar qualificado e pensado somente para eles!




domingo, 22 de junho de 2008


Pensei em colocar um pouquinho do ano de 2007 aqui!
Esse pequeno texto é um resumo do nosso projeto, uma pincelada do que fizemos e do que sonhávamos.


O BRINCAR NO BERÇÁRIO: UMA POSSIBILIDADE E UMA CONQUISTA

Através das gerações percebe-se maneiras antigas e maneiras novas de se cuidar do bebê. Antigamente quando o bebê nascia ele era enroladinho e mobilizado em mantas e cobertores, nem conseguiam se mexer, pensava-se que só mais tarde eles iriam poder se desenvolver, que ainda não tinham desejos ou sensações. Hoje, sabemos que o bebê já nasce com uma carga de aprendizagem, afinal, quando estava no útero materno mexia braços e pernas livremente.
A partir das competências que o bebê já tem adquirido, nosso desejo é o de contribuir no seu crescimento e nas suas descobertas, quebrando com o mito que muitos ainda tem em relação ao berçário, mostrar a interação das crianças com o próprio corpo, com os outros colegas, com as educadoras e com o espaço no qual estão inseridos.
A fim de realizar nossos propósitos qualificamos a sala de aula do Berçário, tornando-a um ambiente significativo. Ambiente esse que “funciona como recurso de desenvolvimento, e, para isso, ele deve ser planejado pelo educador, parceiro privilegiado de que a criança dispõe” (Oliveira, 2002, p.193).
Nossa primeira ação foi a pintura do espaço que tínhamos. Decoramos a sala com motivos que remetessem a bebês, auxiliando assim, no processo identitário dos alunos, ou seja, colaborando para a formação de sua personalidade e reconhecimento do “eu”.
Nosso segundo problema a ser resolvido era à entrada de carrinhos de bebês na sala de aula, o que acarretava muita sujeira no chão do berçário além de ocupar todo o espaço vazio que tínhamos. As pessoas que entravam no berçário também traziam sujeira nos calçados, o que prejudicava a limpeza da sala e a possibilidade de um engatinhar sem riscos, implantamos então o uso de pantufas (chamadas por nós de pró-pés).
Com a conquista do espaço vazio dentro da sala, dividimos o ambiente em “cantinhos”. Precisávamos de lugares seguros para colocarmos os bebês (já que não se utilizaria mais os carrinhos), e foi assim que se adequou três colchões com uma almofada “gigante” para encostar os bebês e deixa-los mais perto do chão, para que assim não corressem riscos. Também se criou um cantinho com um tapete de E.V.A e uma piscina plástica com bolinhas para as crianças que já engatinhavam.
Segundo Ferreira e Eltink (2005, p.43), as crianças se soltam mais das educadoras quando o ambiente está estruturado com cantos de atividades, nos quais elas se intertem sozinhas ou com outras crianças, procurando ter o cuidado de faze-los mutáveis de acordo com as necessidades e desafios surgidos no cotidiano
A interação dos bebês com o ambiente acontece com muita intensidade, as crianças descobrem o espaço físico e lhe atribuem significações e isso só acontece devido ao espaço que estimula a exploração dos interesses visuais, auditivos, afetivos, lingüísticos, motores e temporais.
Com essa estrutura começamos a observar do que os nossos alunos precisavam, que materiais ajudariam num melhor desenvolvimento de suas habilidades. Assim, construímos os seguintes materiais:
• Móbiles com balões, chocalhos, molas coloridas (movimento, solução de problemas, percepção tátil,visual) Caixas com figuras (identidade, solução de problemas, apoio para levantar, realização de movimentos)
• Extensor com bambolê ( percepção visual, tátil, movimento)
• Arco com tule (reversibilidade, ausência temporária)
• Casinha de papelão com estímulos (reversibilidade, solução de problemas, percepção auditiva e visual.)
• Túnel de caixa de papelão com fitas coloridas em uma das saídas (desenvolvimento motor, percepção de espaço externo e interno, ausência temporária, solução de problemas)
• Cantinho das descobertas, onde é possível brincadeiras em grupo (em busca de integração) ou de maneira mais “solitária” (proporcionando jogos mais autônomos)
• Cinturão sonoro (desenvolver os movimentos dos braços, mãos e a percepção visual e tátil).
• Cesto de brinquedos proporcionando a escolha livre do brinquedo)
• Cantinho das descobertas II com uma rede para descanso individual
• Colchão de plástico bolha com balões (percepção tátil, auditiva, desenvolvimento cognitivo)
• “Pipi-Móvel” (ludicidade e brincadeira na hora da troca de fraldas).
• Figuras e fotos de bebês espalhados pelas paredes e chão (trabalho com a identidade)
• Materiais de diversas texturas e espessuras (motricidade)
• Caixinha de descobertas composta de figuras que representam elementos de vivência das crianças e músicas de ritmos diversos.

O brincar dos bebês não acontece somente com a exploração do brinquedo, na verdade o primeiro brinquedo da criança são os dedos e seus movimentos, que observados pela criança se constituem na primeira origem do jogo.
Os bebês também usam os dedos da mão colocando-os na boca e estimulando a zona oral, após esse contato com o próprio corpo brincam com objetos como pontas de cobertores ou paninhos, observando seus movimentos. Estes objetos, acabam tornando-se uma arma contra a ansiedade e muitas vezes os pais percebem esse apego e o carregam sempre junto com a criança até quando já estão maiores. Esse fenômeno é chamado de “objeto transicional” (Winnicott), e mais tarde pode se tornar simbólico, podendo ser uma pessoa, um bicho de estimação ou outra coisa que seja importante para a criança.
Nosso objetivo é oferecer aos bebês um ambiente repleto de intensidade, intencionalidade, significados e com desafios planejados, em um espaço onde o brincar ocorra de forma saudável, promovendo atividades que estimulem o desenvolvimento motor, assim como aspectos relacionados a socialização.
Durante o processo de implantação do projeto as dificuldades estavam não entre os bebês, mas na mudança de hábitos ao qual era “imposta” aos profissionais que interagiam de alguma forma com o Berçário, pois era necessário uma reestruturação das antigas práticas, porém durante nossas reuniões constantemente conversávamos sobre a importância dessa qualificação, o que foi amenizando o olhar em cima dessa nova proposta proporcinando o engajamento de todos.
Por enquanto, muitas idéias permanecem, é gratificante perceber essa rede de significações, surgidas através da construção de parcerias entre as famílias e as educadoras. Mais significativo é saber que a sala do Berçário agora sim é um ambiente qualificado.
Todo esse trabalho, nos motivou a buscar fundamentação referentes a essa faixa etária, pautando a investigação na observação diária, no olhar sensível aos acontecimentos. Percebemos que nossa práxis vem contribuir para o redimensionamento das práticas atuais vivenciadas pelos berçários, uma vez que estabelece uma ligação entre o cuidar e o educar, transformando-as em vivências únicas, ou seja, o bebê em sua interação com o ambiente torna-se sujeito de sua aprendizagem.



Referências Bibliográficas

ÁVILA, Ivany Souza; XAVIER, Maria Luisa Merino (org.). Plano de atenção à infância: objetivos e metas na área pedagógica. Porto Alegre: Mediação, 1997.
CRAIDY, Carmem; KAERCHER, Gládis E. (org.).Educação Infantil: pra que te quero?. Porto Alegre: Artmed, 2001
KRAMER, Sonia (org.). Com a pré-escola nas mãos. São Paulo: Ática, 1989
OLIVEIRA, Zilma Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002.
OSTETTO, Luciana Esmeralda (org.). Encontros e encantamentos na educação infantil. Campinas: Papirus, 2000.
SANTOS, Santa Marli Pires dos. Brinquedo e infância: um guia para pais e educadores em creche. Petrópolis: Vozes, 1999.
RIZZO, Gilda. Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003.
ROMAN, Eurilda Dias; STEYES, Vivian Edite. A criança de 0 a 6 anos e a educação infantil: um retrato multifacetado. Canoas: Editora Ulbra, 2001.
ROSSETTI-FERREIRA, Maria Clotilde et al. Os fazeres na educação infantil. São Paulo: Cortez, 2005.

Novos Desafios!!!

Sala do Berçário 1 em 2007 - Educadoras: Cláudia Sikilero, Josiane Ristof, Karina Ramos e Marisete Schmidt.



O trabalho com bebês na EMEI Raio de Sol está mudando a cada dia! Nossa história é uma luta, uma luta para qualificar nossas ações, nosso ambiente, para que cada brincadeira, para que cada mediação tenha uma intencionalidade.
Não podemos deixar de lembrar o ano de 2007, como o começo do nosso trabalho, a mudança no ambiente proposto pela educadora Cláudia Sikilero está hoje colhendo seus frutos. O trabalho com o projeto "O Brincar no Berçário: Uma possibilidade e uma conquista", continua até hoje e só faz aumentar seus objetivos e o olhar das educadoras para as especificidades de cada criança.
Esse blog é nossa nova conquista, nele nós educadoras, pretendemos colocar um pouquinho do nosso dia-a-dia. As atividades, as descobertas, as conquistas, os encontros e desencontros dessa faixa etária repleta de significados e significações.