domingo, 10 de abril de 2011

Brincando com Argila

Alguns tijolos de argila, um balde com água e crianças para livre experimentação! 
Importante: Permitir a livre exploração! O pátio ficou sujo: esforço/parceria: Vamos limpar! A escola é das crianças!
Bagunça!

Divertimento

Experimentando...

"A argila cola no portão!"



"Para isto o educador precisa dar-se conta 
que a educação dos bebês acontece o tempo todo,
nas atividades recorrentes do dia-a-dia.
Educar os bebês é colocar-se junto às crianças
para fazer a vida acontecer de modo criativo,
agradável, alegre ou silencioso, calmo.
Enriquecer a vida através de seus detalhes: 
sentimentos, sensações, 
pequenos momentos que muitas vezes nos passam despercebidos." 
MARIA CARMEM S. BARBOSA

Tinta, pra que te quero?


A brincadeira com tinta foi bem proveitosa, na verdade um termômetro para sabermos o que os nossos bebês pedem! Trabalho com o corpo, sensações, experimentos!
         Foi bom enquanto intermediávamos o uso das tintas conversar entre nós educadoras, a respeito dessa experiência, das suas possibilidades e afins. Tenho gostado das observações da profe Aline, lembrando que quando falamos em pintar com tinta, geralmente somos remetidas ao básico carimbo das mãos, ou o pintar cheio de camisetas que é para não se sujar.... Como aproveitamos o verão, deixamo-os só de fraldas para que além da parede eles experimentassem a tinta no próprio corpo, como uma reação da tinta que estavam usando....
         Deu trabalho? Muito, mas foi muito bom! A Dani e Aline foram dando banho enquanto eu ficava do lado de fora com eles ainda aproveitando a tinta e quemficava limpinho já ficava interagindo dentro da sala. No final do dia, todos puxaram uma almofadinha para descansar!
         O dia valeu muito a pena!!!! E é isso que importa!

Intervenção/olhar sensível do educador

Descobrindo/experimentando

Fascínio
Era pra pintar a parede!

Outros olhares...


     Nosso garotinho preferiu ficar fora da piscina e brincar num cantinho, alheio à bagunça dos colegas.
*Respeito as preferências
*Importância do olhar do educador

[...] É no brincar, e somente no brincar, que o indivíduo, 
criança ou adulto, pode ser criativo e utilizar sua personalidade integral:
e é somente sendo criativo que o indivíduo descobre o eu (self)."
WINNICOTT



COMEÇAMOS O ANO NO BERÇÁRIO 2!




É tempo de...

 BERÇÁRIO 2
Colo e acolhimento; assim são marcadas as primeiras semanas de volta ao ambiente coletivo escolar. Esses primeiros dias estão nos ajudando a criar de forma mais individual o vínculo tão importante entre o adulto e a criança.
Pautamos esse início na estruturação do ambiente, não esquecendo do que eles estavam acostumados a ter na sala do Berçário 1. Assim já iniciamos com a sala provida de diversos recantos/espaços...






*Um túnel de papelão
*Uma piscina plástica cheia de bolinhas
*Um cantinho com um tapete e almofadas, que também permite um brincar mais individual
*Caixas de papelão oferecidas como obstáculos
*Figuras adesivadas nas paredes (linguagem, acuidade visual)
*Baú das descobertas
*Esconderijo (Bambolê e TNT)

Além do acolhimento no espaço de sala, pensamos em aproveitar o clima para proporcionarmos diversas experiências ricas em sensações, fortalecendo a pesquisa dos pequenos e resgatando oportunidades tão importantes nessa primeira infância. Assim aconteceram:
*Banho de piscina e de mangueira
*Brincadeiras com tinta 
Brincadeiras com argila
*Idas ao pátio, brincadeiras na areia e nos brinquedos como o escorregador e o gira-gira
*Audição de músicas e histórias

Educadores dos Berçários e suas novas experiências

Deixo aqui um textinho explicando nossas novas experiências, referindo-me ao registro e planejamento das turmas de Berçário.



Como chegamos nesse ACOMPANHAMENTO...


                Na EMEI Raio de Sol, o trabalho com bebês tem se tornado, ao longo dos anos, um tanto quanto diferenciado. Práticas mais reflexivas, muita pesquisa, pensamentos coletivos em busca de uma educação sensível, sutil e prazerosa.
                O nosso Projeto Político pedagógico contempla os quatro pilares da educação e o trabalho por competências e habilidades. Percebemos após alguns anos de apropriação da maneira coletiva de se registrar o planejamento e o andamento das atividades, que as turmas de Berçário precisavam de outra forma de registro.
                Para nós educadoras dos Berçários o planejamento é o começo da ação do professor, é através dele que começa a ser tecida toda uma rede de aprendizagens ( e não falo para o aluno, mas sim para o professor). Redin (2007), quando fala sobre planejamento, nos deixa claro que não podemos pensar na educação como algo espontaneísta, como se a criança aprendesse sozinha e nem podemos ter uma visão de ensino adultocêntrica, com ações determinantes no professor, logo nosso planejamento não pode recair nesses conceitos. Também não pode significar apenas o preenchimento de uma tabela ou listagem de atividades para todos os dias da semana. O planejamento deve ser, uma oportunidade para sonhar, para refletir, para pensar em ações prazerosas para a infância, para justificar nossas atitudes.
                Nossas ações pedagógicas acontecem de forma mais natural e as atividades que pensamos nem sempre ocorrem de maneira “tabelada”, assim não convinha mais que colocássemos no papel algo que não acontecia diariamente. Da mesma maneira, começamos a perceber a necessidade de se registrar as minúcias diárias, ou seja, que também planejássemos os momentos de refeições, os momentos de descanso, os momentos de brincadeiras, os momentos de higiene, as intervenções na relação bebê/bebê, além de critérios para a seleção de experiências diárias (quem sabe retirar o termo “atividade”?).
                Pautadas primeiramente no respeito à infância e a compreensão do ser criança, seguiremos as habilidades e competências presentes no plano de estudos de nossa instituição e através dele selecionaremos experiências que promovam (principalmente) momentos prazerosos e de descobertas para os bebês.
                Esse ACOMPANHAMENTO trará nossos registros, uma forma de portfólio, nosso planejamento (de modo que nos ligue ao trabalho realizado pelo restante da escola),porém de forma mais descritiva e diferenciada (como todo o trabalho com crianças pequenas). Em suma, esse acompanhamento pretende ser nosso momento de reflexão, sendo um exercício de olhar e escuta. E devemos fazê-los (escutar e olhar) para além dos hábitos do fazer e do pensar, não o habitual, vamos reaprender! Se as crianças estão descobrindo o que vamos registrar? O que podemos perceber? O que nos contagia e encanta nas pluralidades de nossas  crianças?
                Essa tentativa de registro/planejamento/reflexão busca a compreensão de nossa própria práxis, tornando mais visível a percepção do aluno/criança/bebê, fazendo-nos desse modo acompanhar seu desenvolvimento no decorrer do tempo em que ficam conosco, descobrindo suas preferências e entendendo-os.
                E para ser nosso eixo norteador nessa prática inusitadamente diferenciada, ao planejarmos as diversas oportunidades de as crianças realizarem novas experiências ficam as palavras de TRISTÃO:


[...] o que será experiência para cada uma delas? O que vai tocá-las? É importante para a criança ou é apenas uma atividade planejada pela professora sem levar em conta os interesses e os modos de pensar e agir dos pequenos? O que se planeja está pautado nos jeitos de ser e de se expressar daquelas crianças? Respeita os seus tempos? A proposta tem a intenção de ampliar e enriquecer o repertório cultural, cinestésico, afetivo, relacional dos pequenos? (2006, p. 52-53)



E que venham as crianças!!!!

PALESTRA DE ABERTURA DO ANO LETIVO PARA AS EMEIS

    A palestra de abertura oferecida pela Secretaria de Educação desse ano teve como tema "Vida Cotidiana na escola: fazeres da docência", proferida pelo professor Altino José Martins Filho. 
    Algumas colegas pediram através do blog uma síntese da palestra  e eu acabei demorando para fazer essa postagem, pensando nesses pedidos... Fiz muitas anotações nessa palestra, compartilho muito das idéias do professor e poderia estar colocando tópicos do que eu achei importante, porém essa seria minha visão. Explico: Passo por um momento de dúvidas e transpareci esse momento através do meu questionamento ao professor no final da palestra. Ao pensarmos na infância dentro da instituição infantil, ao pensarmos na criança como um outro diferente do adulto, ao pensarmos nas "minúcias" do dia dessa criança dentro da escola (ou não pensarmos...) como inserir toda essa complexidade numa tabela de planejamento? 
      O ano de 2010 foi para mim, um ano de romper com padrões, porém ainda não tinha em mãos argumentos para justificar minhas atitudes. Como planejar com as crianças? Como trazer justificativas para ações "rotineiras"? Onde deixar claro minhas intenções dentro da escola, com minhas crianças? Como "sofisticar" meu planejamento de maneira que ele não contenha apenas a atividade do dia (aquela que vai ter fotos em portifólios, que vai ser tema de projeto, que vai ser exposta em feiras de idéias?)....
     E agora sim, nas palavras do professor Altino:

*"O que me mobiliza a uma luta constante do repensar a educação das crianças?"
*"Aprender o mundo!"
*"Rupturas de práticas estagnantes e adultocêntricas."
*"Uma prática sensível tem que ser inteligível."
*"Pensar nas minúcias do cotidiano"
*"Não deixar que sejamos engolidos pelo fazer-fazendo."

     E daí me coloquei a pensar: Como recebo as crianças? Como brinco com as crianças? Como converso com as crianças? Como faço sua higiene? Como me aproximo delas para trocar um carinho, para acalentá-las, para limpar seu nariz, para levá-la para trocar as fraldas?
     Percebi que não deveria somente pensar, deveria registrar, revalidar esses momentos.E sinceramente, penso que isso é o planejamento com as crianças, temos que compreeender o planejamento como nossas situações diárias (então se insere essas ações cotidianas e ações de brincadeiras, desafios planejados, etc).
     Passei a pensar que se não justifico minhas ações estou reafirmando a invisibilidade do meu trabalho junto aos pequenos, confirmando que somente quansdo há atividades "mirabolantes", "chamativas" e devidamente "registradas" é que se está dando importância ao trabalho docente.
     A partir da palestra de abertura e dos itens passados pelo professor (planejamento, avaliação e registro) passamos a ter um acompanhamento diário da turma de Berçário (cada educadora está fazendo o seu). Nesse acompanhamento o planejamento não está tabelado, mas de maneira descritiva, como formas de idéias, o registro está exposto o tempo todo, as relações teorias/prática aparecem através de pequenas citações, de fotos, imagens, poemas, enfim, uma criação um tanto quanto diferente, em construção, mas muito mais fiel ao trabalho que realizamos com os pequeninos. assim respondo um pedacinho do questionamento do Prof. Altino:
"Nossos pensamentos e reflexões tem nos ajudado a sofisticar o que fazemos com as crianças?"