Deixo aqui um textinho explicando nossas novas experiências, referindo-me ao registro e planejamento das turmas de Berçário.
Como chegamos nesse ACOMPANHAMENTO...
Na EMEI Raio de Sol, o trabalho com bebês tem se tornado, ao longo dos anos, um tanto quanto diferenciado. Práticas mais reflexivas, muita pesquisa, pensamentos coletivos em busca de uma educação sensível, sutil e prazerosa.
O nosso Projeto Político pedagógico contempla os quatro pilares da educação e o trabalho por competências e habilidades. Percebemos após alguns anos de apropriação da maneira coletiva de se registrar o planejamento e o andamento das atividades, que as turmas de Berçário precisavam de outra forma de registro.
Para nós educadoras dos Berçários o planejamento é o começo da ação do professor, é através dele que começa a ser tecida toda uma rede de aprendizagens ( e não falo para o aluno, mas sim para o professor). Redin (2007), quando fala sobre planejamento, nos deixa claro que não podemos pensar na educação como algo espontaneísta, como se a criança aprendesse sozinha e nem podemos ter uma visão de ensino adultocêntrica, com ações determinantes no professor, logo nosso planejamento não pode recair nesses conceitos. Também não pode significar apenas o preenchimento de uma tabela ou listagem de atividades para todos os dias da semana. O planejamento deve ser, uma oportunidade para sonhar, para refletir, para pensar em ações prazerosas para a infância, para justificar nossas atitudes.
Nossas ações pedagógicas acontecem de forma mais natural e as atividades que pensamos nem sempre ocorrem de maneira “tabelada”, assim não convinha mais que colocássemos no papel algo que não acontecia diariamente. Da mesma maneira, começamos a perceber a necessidade de se registrar as minúcias diárias, ou seja, que também planejássemos os momentos de refeições, os momentos de descanso, os momentos de brincadeiras, os momentos de higiene, as intervenções na relação bebê/bebê, além de critérios para a seleção de experiências diárias (quem sabe retirar o termo “atividade”?).
Pautadas primeiramente no respeito à infância e a compreensão do ser criança, seguiremos as habilidades e competências presentes no plano de estudos de nossa instituição e através dele selecionaremos experiências que promovam (principalmente) momentos prazerosos e de descobertas para os bebês.
Esse ACOMPANHAMENTO trará nossos registros, uma forma de portfólio, nosso planejamento (de modo que nos ligue ao trabalho realizado pelo restante da escola),porém de forma mais descritiva e diferenciada (como todo o trabalho com crianças pequenas). Em suma, esse acompanhamento pretende ser nosso momento de reflexão, sendo um exercício de olhar e escuta. E devemos fazê-los (escutar e olhar) para além dos hábitos do fazer e do pensar, não o habitual, vamos reaprender! Se as crianças estão descobrindo o que vamos registrar? O que podemos perceber? O que nos contagia e encanta nas pluralidades de nossas crianças?
Essa tentativa de registro/planejamento/reflexão busca a compreensão de nossa própria práxis, tornando mais visível a percepção do aluno/criança/bebê, fazendo-nos desse modo acompanhar seu desenvolvimento no decorrer do tempo em que ficam conosco, descobrindo suas preferências e entendendo-os.
E para ser nosso eixo norteador nessa prática inusitadamente diferenciada, ao planejarmos as diversas oportunidades de as crianças realizarem novas experiências ficam as palavras de TRISTÃO:
[...] o que será experiência para cada uma delas? O que vai tocá-las? É importante para a criança ou é apenas uma atividade planejada pela professora sem levar em conta os interesses e os modos de pensar e agir dos pequenos? O que se planeja está pautado nos jeitos de ser e de se expressar daquelas crianças? Respeita os seus tempos? A proposta tem a intenção de ampliar e enriquecer o repertório cultural, cinestésico, afetivo, relacional dos pequenos? (2006, p. 52-53)
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