"Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantandoE seguindo a canção"
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantandoE seguindo a canção"
Geraldo Vandré
Desde quarta-feira quando escrevi o último post referente à GREVE em Esteio, sentei várias vezes na frente do computador para responder a todos que deixavam seus comentários...Escrevia e apagava....Escrevia e apagava... Nessas horas recebia sábios conselhos: "não responde, você lançou o desabafo tem que respeitar as diversas opiniões, mesmo que não concorde". E assim fiquei, uma expectatora do impacto das minhas palavras.
Sempre que tinha a oportunidade gerenciava o blog, lendo os novos comentários e contando os visitantes... Muitas vezes as palavras fortes me martelavam na cabeça. Dificil recebermos criticas, ainda mais quando temos a plena convicção que estamos certas, que estamos na luta por um ideal, fazendo a história ser diferente. Também me perguntei (enquanto apitava na frente da prefeitura, enquanto cantava palavras de ordem pelas ruas da cidade, enquanto segurava cartazes fazendo um apelo para a nossa atual administração) o que me fazia seguir um movimento que não sabia onde terminaria, o que me constituia enquanto cidadã descontente mas não acomodada? E daí muitas recordações: passeata Fora Collor, protesto pela falta de professores e pelos baixos salários dos mesmos desde minha 8ª série até o final do meu curso Normal... Assim, enquanto eu aderia à Greve, enquanto caminhava pelas ruas da cidade alertando a população sobre o que acontecia na nossa administração, enquanto refletia sobre os rumos do movimento, em nenhum momento esquecia dos MEUS ALUNOS, ao contrário, estava ali por eles...
Fiquei feliz com algumas reflexões perante alguns comentários (tanto aqui pelo blog, quanto nas ruas de Esteio durante o movimento de Greve):
* Meu trabalho não é uma obrigação! Já pensaram numa pessoa ser obrigada a ficar numa sala com 16 crianças durante o dia inteiro??!
*Reivindicar tudo o que queremos nunca é demais! Explico: Durante 6 anos, conversamos e ouvimos a promessa da redução de 32 horas para 30 horas. Não acoplamos mais um item nessa greve, esse impasse já existia há anos, conversar não adiantava mais... Não esquecendo ela foi uma promessa de campanha!
*A greve se caracteriza pelo não atendimento... Não há greve de ônibus, com ônibus circulando normalmente...Esse é só um exemplo....
*Essa era uma luta que ia além da questão salarial e a todo momento lembravamos:
Qualidade
Dignidade
Respeito
E agora a poucas horas de retornar ao trabalho, digo a quem ainda não sabe:
TERMINAMOS NOSSA GREVE!
E terminamos com bons acordos e com uma união nunca antes vista na cidade! Espero que nosso governantes lembrem-se disso na hora em que pensarem em passar por cima das opiniões de seus funcionários! Muito obrigado às colegas que aqui deixaram seus comentários, muito obrigado às mães e pais que por aqui passaram! Espero que possa eu continuar recebendo a visita e os comentários de vocês!
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A transformação começa no ato de OUVIR! |
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Não estávamos em sala de aula, mas pelas ruas da cidade! |