Pessoas!!!! Quantas saudades desse cantinho!!! Novamente volto, mas fortalecida, mais amadurecida, mais experiente e com mais EXPERIÊNCIAS!!! Justifico: No ano de 2012 assumi outro concurso de 30 horas na educação infantil do municipio onde moro (Sâo Leopoldo). A realidade de uma outra educação infantil não foi fácil e era na Raio de Sol que respirava... Fiquei muito tempo pensando o que fazer com o blog... Acoplar minhas novas experiências??? Decidi que o Quero um Colinho vai continuar a falar somente das minhas experiências com os bebês e as crianças pequenas da Raio de Sol (Esteio). Novas experiências ainda serão contadas, mas com cuidado, com cautela,com uma narração própria... Uma nova aventura...
Nas próximas postagens vou recuperar as experiências do ano de 2012, mas vou começar por um achado, um texto justificando o período de inserção dos bebês no ano de 2012... Vale a pena ler!!!
A INSERÇÃO DOS BEBÊS NA EMEI RAIO DE SOL
Por Marisete Schmidt
Há tempos pensamos em como promover
ações de inserção de bebês dentro de um
espaço de educação coletiva, assim, todos os anos vamos mudando os jeitos de
manejo com os bebês e com suas famílias, melhorando as aproximações, primando
por um ambiente de qualidade e garantindo o bem estar dos infantes.
Parte desses pensamentos iniciaram
ao percebermos/entendermos que esse espaço é direito da criança, parando com as
célebres frases “A mãe do fulaninho não trabalha, ele nem precisa estar
aqui...”. Enquanto direito da criança esse iniciar/inserir parou de ser pensado
como uma adaptação ( quando o termo significava normatizar, encaixar). Chegamos
a um nível, em que entendemos que quando
inserimos um bebê, estamos também nos inserindo e por esse motivo, o primeiro período da
entrada do bebê e de suas famílias na EMEI Raio de Sol é planejado e pensado,
sempre tendo como termômetro das ações e dos
horários o próprio bebê. Assim
exercitamos desde o primeiro contato a chamada “escuta sensível”, percebendo a
criança através do choro e do silêncio,
aproveitando os primeiros dias para descobrir como dorme, como brinca, suas
preferências, como e quando se alimenta e
aos poucos, e em contato
constante com os pais vamos inserindo também uma nova cultura dentro da família.
Lembrando de bons hábitos alimentares, lembrando da importância do brincar com
o bebê, reforçando o valor das experiências que são oportunizadas para essa
criança.
Acoplamos à nossa prática, leituras
que discorrem sobre o primeiro ano da criança, estudos sobre as características
da faixa etária, a relação com o outro e consigo mesmo, aprendemos sobre a
constituição do vínculo familiar que o
bebê mantém ( Bowlby também chama de apego). Chegando nesse ponto avistamos a
necessidade de também mantermos com qualidade um bom vínculo com as crianças,
atentas no respeito ao ritmo de cada um.
Com a experiência de anos
anteriores, e com a idéia de continuar investindo no vínculo com a família,
partimos no ano de 2012 pra uma inserção pautada ainda mais no compartilhamento
de cuidados, firmando com os pais essa responsabilidade. Assim, os primeiros
dias dos bebês na sala do Berçário 1 se dará juntamente com a mãe (ou pai). Nas
nossas leituras, encontramos muitas certezas e nas palavras Elinor Goldschmied
e Sonia Jackson fundamentamos nossa proposta.
“É importante que ela pense com cuidado sobre o que representa
para a mãe observar outra pessoa segurar seu filho
ou filha. Para a criança, é muito importante ter a experiência
de ver sua mãe (ou pai) e sua cuidadora em uma
relação amigável e de confiança mútua.” ( 2006, p. 63)
Em suma, e para um melhor
entendimento, listamos pensamentos norteadores sobre esse processo:
*Entrevista
individual com a família (tendo a frente a Orientadora Educacional da Escola)
*1ª Reunião de Pais
(momento prazeroso, esclarecendo a proposta da escola, da turma do Berçário 1,
apresentando as educadoras e compartilhando informações).
*Preparação da sala
do Berçário, tornando-o um lugar agradável, com desafios planejados e adequados
para o bebê.
*Nos primeiros dias
cada bebê permanecerá 1 hora na sala, juntamente com um familiar, nesse momento
as educadoras poderão saber mais sobre a criança e sobre a família.
*A mãe/pai estará
dessa forma apresentando o espaço para o bebê, transmitindo tranqüilidade e
também observando como se dará esse processo.
*As horas que ficarão em sala, bem como a quantidade de
crianças num mesmo horário, aumentará
aos poucos, tendo em vista o bem estar de todos.
Dicas passadas para os pais:
*Demonstrar
segurança
*Despedir-se da
criança: “Mamãe vai, mas já volta”
*Objetos
transicionais são bem vindos
(travesseiros, paninhos, bicos, ursinhos, etc)
*Conversar com a
equipe de profissionais da escola sobre as angústias, dificuldades.
Pensamos que o processo é esse, sem
receitas prontas, fomentado através de
estudos, de sensibilidade e da prática adquirida no cuidado com os bebês.
REFERÊNCIAS:
FORTUNATI, Aldo. A
educação Infantil como projeto da comunidade: crianças, educadores e pais nos
novos serviços para a infância e a família: a experiência de San Miniato. Porto
Alegre, Artmed, 2009.
GOLDSCHMIED,
Elinor; JACKSON, Sonia. Educação de 0 a 3 anos: o atendimento em creche. Porto Alegre: Artmed,
2006.
POST, Jacalyn;
HOHMANN, Mary. Educação de Bebês em
Infantários: cuidados e primeiras aprendizagens. Lisboa: Calouste Gulbenkian,
2003. Tradução: Sara Bahia.
2 comentários:
Quanta inspiração e DEDICAÇÃO dessas educadoras exemplares!
Conheço pessoalmente somente a professora e Pedagoga Marisete, sei que pelo trabalho que ela já desenvolve, é impossível esperar menos que uma prática fundamentada e reflexiva!
Como diz o TM "Palavra, simples como qualquer palavra Que eu já não precise falar" (Palavra)
Eu tentei escolher as palavras mais bonitas, mas os registram falam por nós!
PARABÉNS!
bjos Andrelisa
Colega,que belo trabalho desenvolveste e ainda o fará.Parabéns pois você é peça fundamental na aprendizagem dessas crianças.
bjs luciana
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